A Iapar Cristina, nova batata orgânica, diminui consideravelmente os gastos com o controle da doença e chega ao mercado ano que vem
Os produtores orgânicos vão poder contar com mais uma cultivar de batata no ano que vem. O Instituto Agronômico do Paraná está em fase final de registro da Iapar Cristina, que é totalmente resistente a requeima, principal doença fúngica da cultura, que requer muito tratamento químico para o seu controle. Esta nova cultivar amplia as possibilidades para a produção de batata 100% orgânica no Brasil, que já podia contar com a IAC Itararé desenvolvida há alguns anos pelo Instituto Agronômico de Campinas e também resistente a requeima, além da pinta preta, dispensando o uso de fungicidas.
Uma característica da Iapar Cristina aparentemente negativa, mas pode acabar se tornando uma aliada aos pequenos produtores, é a dificuldade que ela tem para brotar. Como a agricultura orgânica não pode utilizar nenhum tipo de químico que incentive a brotação, os agricultores têm que deixar ela descansando no campo por mais tempo. Isso acaba se tornando um fator positivo para os pequenos produtores, pois possibilita um tempo maior para comercialização. Após 60 dias, ainda é possível vender a batata ao mercado com boa qualidade.
Estamos em fase final de registro da Iapar Cristina. Já foi colhido o último experimento de validação de cultivo e uso, que é exigido pelo MAPA para fazer o registro dela. Ela é extremamente resistente a requeima, que é a principal doença e para a qual se usa muito agrotóxico. Com a Cristina, o produtor não vai precisar fazer nenhuma aplicação. Nas variedades convencionais como a Ágata, que é a mais produzida no Brasil hoje, a presença da requeima requer uma intensidade muito grande de aplicação de fungicidas. Independentemente da variedade, batata não tem zoneamento específico. Em qualquer região produtora de batata, a Cristina vai bem. Em sistemas orgânicos de produção, que normalmente têm produtividade mais baixa, ela chega a produzir 18 toneladas por hectare, que é a produção média do sistema orgânico — explica o pesquisador Nilceu Nazareno, do Iapar
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