Receber a visita e sentir o contato da abelha jataí tão perto é bom demais, elas são dóceis e sempre estão por perto, sua colméia há anos fica em uma casca de árvore próximo a casa sede, e lá deixamos elas em paz, sossegadas com suas produções, não extraímos seu mel devido a pouca quantidade e por ser apenas uma colméia que encanta e enfeita nosso pinheiro.
A criação de abelhas jataí (Tetragonisca angustula) tem se firmado como uma boa opção aos meliponicultores.
Abelha nativa do Brasil, com ampla distribuição geográfica - é encontrada do Rio Grande do Sul até o México -, a jataí tem algumas vantagens sobre as africanizadas ou européias pertencentes à família Apis. É uma abelha bastante rústica, que tem grande capacidade para fazer ninhos e sobreviver em diferentes ambientes, inclusive em zonas urbanas.
Seu mel, além de saboroso e suave, é bastante procurado por suas propriedades medicinais. É usado como fortificante e antiinflamatório, em particular dos olhos. Além do mel, a jataí produz própolis, cera e pólen de boa qualidade. Em comparação com as abelhas com ferrão produz menor quantidade, mas o preço de venda é bem maior: um litro desse mel pode chegar a 100 reais. Mas a grande vantagem é que a abelha jataí é mansa e não tem ferrão. No máximo, dá uns pequenos beliscões ou gruda cerume nos intrusos quando se sente ameaçada. Essa característica permite que ela seja criada perto de casa, de pessoas e animais sem oferecer riscos de ataques. Estas abelhas de cor amarelo-ouro têm corbículas (aparelho coletor onde o pólen é recolhido) pretas. Visitam plantas cultivadas e fazem os ninhos em diferentes tipos de cavidades como as de tijolos, caixas de luz, cabaças, latas abandonadas, além de ocos de árvores vivas quando em ambientes mais naturais ou arborizados. Para iniciar a criação é aconselhável adquirir, em associações de apicultura ou com meliponicultores, três ou quatro caixas com as abelhas. O custo de cada caixa varia de 30 a 70 reais. Existem caixas de vários tipos, mas deve-se dar preferência àquelas feitas com madeira grossa, e não tratada, pois os produtos químicos podem intoxicar e até matar as abelhas. A melhor madeira é o cedrinho, devendo-se evitar as caixas de pinho, pois estragam rapidamente. Uma boa opção são as chamadas caixas racionais, formadas por várias gavetas baixas. Nessas caixas, o mel é armazenado em potes (feitos pelas abelhas) que ficam lado a lado, facilitando a retirada. É interessante lembrar que as abelhas armazenam separadamente o pólen e o mel em potes de tamanho semelhantes. Os potes de mel podem ser reconhecidos porque são mais transparentes, enquanto os de pólen são opacos. Uma vez instaladas nos ninhos, a criação não necessita de cuidados especiais. Se a colônia ficar fraca (o que pode ser percebido quando há ataques de formigas ou de outras espécies de abelhas), deve-se fornecer um xarope de água com açúcar como complemento alimentar. Se na região houver outras jataís, os ninhos irão atraí-las. Quando a colônia estiver bem forte, ocorre o enxameamento, ou seja, parte da população vai deixando o ninho para formar um outro por perto. A colméia pode ser dividida, para formar uma outra, depois de um ano, de preferência na primavera. Para retirar o mel, também deve-se esperar a primavera, tendo o cuidado de deixar uma quantidade para as abelhas poderem se alimentar. Depois de furar os potes, o mel é retirado com uma seringa de injeção esterilizada. O mel de abelhas sem ferrão fermenta rápido, por isso deve ser guardado na geladeira assim que for retirado. A criação pode ser feita perto de casa, pois a jataí não oferece perigo. Depois que as abelhas se instalam nos ninhos, a atividade não necessita de cuidados especiais.
Vejam abaixo como extrair o mel de jataí.
Obrigado por nos visitar.
Abs.
QV
Fonte: Globo Rural